domingo, 6 de novembro de 2011

CRÍTICA: ‘CQC’ muito vivo e disposto


Passado um mês da saída de Rafinha Bastos do “CQC”, o programa vive uma de suas melhores fases. Não por causa do ocorrido, embora, claro, o imbróglio tenha atraído curiosos. Tampouco graças à mudança no elenco. O episódio fez barulho, mas deixou evidente que o semanal anda — e bem — mesmo privado de um ou outro de seus integrantes.

Salvo Marcelo Tas, que é “a cara” da bancada, o jornalístico-humorístico não depende de seus atores. Depende mais de cada personagem desempenhado por eles. Mônica Iozzi, por exemplo, vem crescendo a cada edição como a repórter que circula no Congresso Nacional importunando os políticos com perguntas difíceis. Ela se sai bem no mesmo posto ocupado por Danilo Gentili. Se a missão não é para qualquer um, ela também não é prerrogativa de um só repórter. Vale lembrar que o “CQC” não nasceu do trabalho de um grupo de amigos, como foi o caso do “Casseta & Planeta”, só para citar um exemplo. A Band comprou um formato da produtora argentina Cuatro Cabezas e foi contratando o elenco de forma avulsa. Com isso, escapou dos compromissos com uma corporação. Em outras palavras, a ideia do programa está acima da importância de cada um de seus participantes.

Na primeira segunda-feira sem Rafinha Bastos, Mônica Iozzi surgiu constrangida na bancada. Na última semana, entretanto, Rafael Cortez já estava à vontade ao lado de Marcelo Tas e de Marco Luque, e o “CQC” correu divertido, inteligente, afiado, sem problemas. Todos pareciam ter superado qualquer mal-estar. A fórmula que mistura denúncia, reportagem e humor vai cada vez melhor. Quadros consagrados desde a estreia, como o “Top five”, se mantêm divertidíssimos e são aguardados ansiosamente pela plateia. Muito mais que renovar seu elenco — o que aliás eles estão fazendo com a admissão de novos repórteres — os realizadores do “CQC” deveriam se preocupar em tornar o programa menos paulista. Ele faz sucesso no Brasil todo e seu crescimento depende do avanço em personagens e em temas de todas as praças. No mais, a atração é um acerto em cheio da TV Bandeirantes e provou sua força ao atravessar bem o episódio Rafinha.

Fonte: Blog da Patrícia Kogut - O Globo

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