domingo, 11 de setembro de 2011

Danilo Gentili: ‘NÃO SEI QUANTO TEMPO FICO NO CQC’


Aos 31 anos, Danilo Gentili já acumula experiência no palco, na TV, nos tribunais - obra dos processos judiciais que recebe - e garante que nunca subiu no salto alto, como se diz no meio futebolístico. Mais: não se arrepende de nada até aqui.

O Agora É Tarde ganha mais um dia. Como fica seu contrato com CQC agora?

Sou funcionário da Band até o fim do ano, e estou na época de renovar o contrato. Não sei quanto tempo vou ficar no CQC, depende de como o programa evoluir. Acredito que é vantagem pra todo mundo - pra mim, pra Band, pra Cuatro Cabezas - focar em um produto novo, porque é um lugar em que todo mundo vai estar ganhando, né? Mesmo que eu saia oficialmente, espero ter um espaço pra trabalhar no CQC nem que seja por trás, nos bastidores, dando alguma ideia.

O Marcelo Tas aconselha vocês?

O Tas lê o roteiro e apresenta o programa. Os conselhos acontecem mais entre os repórteres, a gente se vigia e dá dicas. A Monica (Iozzi) me liga pedindo conselho, eu ligo pro (Rafael) Cortez.

Quem você gostaria muito de entrevistar? A Sandy? O Lula?

Porra, queria muito falar com a Sandy. Muito, muito, muito. Já tentamos negociar, mas na época ela não pôde. Tenho me divertido muito com as últimas entrevistas dela. O Lula seria bom também. Uma vez, eu estava fazendo matéria para o CQC e perguntei se ele não quer ir no meu programa tomar umas comigo. E ele disse que vai. Estou esperando...

No palco e na TV, você mostra dois perfis diferentes, não?

Claro. Quem vai ver meu show de stand up, quem vai ver meu DVD, sabe que eu escrevi sozinho, eu faço sozinho, do jeito que eu quero e a responsabilidade é toda minha. Se alguém for processar, eu vou responder e foda-se. Na TV, tem um monte de coisa envolvida, tem patrocínio, tem a emissora, tem o emprego de todo o elenco, tem o público - que não é um público de comédia, é um público massificado. Tenho de equilibrar e colocar na balança o que vou falar. Até hoje eu passo do limite, e quem decide onde cortar não sou eu.

Já se arrependeu de alguma piada?

Não. Nunca. Teve uma vez que contei uma piada pra Pitty, mas eu não sabia que ela tinha perdido um filho. Só depois é que me avisaram isso. É claro que se eu soubesse disso eu não teria feito essa piada.

Você já superou o caso da polêmica envolvendo os judeus? (No Twitter, ele escreveu: "Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz".)

Eu já. Na realidade, foi uma piada que teve um monte de gente que gostou, outros que não gostaram. O que eu posso fazer? Tá, não gostou? Então, desculpa. Agora dá licença que vou fazer outra piada. Daqui a pouco acontece de novo.

Mas você tem usado o Twitter de um jeito diferente, você faz piadas e depois apaga. Por quê?

Porque me encheu o saco! Tudo o que você faz é usado contra você no tribunal. Então, ah, quer saber... As piadas que eu crio, eu uso tudo no meu programa agora...

Você está satisfeito com o seu programa?

Não, acho que tem muita coisa pra melhorar, coisas de formato mesmo. No próximo ano a gente vai repensar e muita coisa vai cair, muita coisa vai aparecer.

Hoje, você se acha muito?

Não, por quê? Parece? Muito pelo contrário. Se eu fosse o fodão não ia precisar trabalhar o tanto que trabalho. Faço várias coisas porque não me acho bom o suficiente, preciso fazer acontecer.

Em algum momento subiu no salto alto?

Até agora, não. Se por acaso aconteceu, desci rápido e nem percebi. Minha história de vida não deixa isso acontecer (ele perdeu o pai e a irmã ainda na adolescência). Não dá pra me gabar de nada. Sei que hoje está bom, mas amanhã pode estar ruim.

Fonte: Estadão.com.br

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