segunda-feira, 9 de março de 2015

Dan Stulbach estreia no CQC e afirma: "Vamos atacar todo mundo"


Para alguns, não é jornalismo. Para outros, não é humor. De fato, o CQC incomoda, e muito, principalmente a classe política, que não é poupada nas pautas do programa. Há sete anos no Brasil, o “Custe o Que Custar” tem agora um novo comandante, o ator Dan Stulbach, que substitui Marcelo Tas, à frente da bancada desde a estreia, em 2008. Em entrevista ao Timeline desta sexta-feira (6), Dan Stulbach afirmou que a característica mais marcante do CQC será mantida:

“Vamos atacar todo mundo, por isso o programa vai ser equilibrado. Do que depender de mim, o CQC não terá opção política. Tentará ser o máximo equilibrado possível na cobertura política. Até porque corrupção não tem partido”.

Menos “sério” do que os demais, o CQC carrega no deboche e na ironia fina em suas entrevistas. Mas nem sempre é bem interpretado. Dan acredita que a cobertura fora dos padrões, feita pelos repórteres em Brasília, pode aproximar o cidadão do debate político: “O programa, quando veio, trouxe a sensação de um jornalismo sem ‘maquiagem’. Mostra o político como ele realmente é, com a intenção de mostrar a hipocrisia, de revelar o ridículo. Acredito que isso foi bom para o jornalismo em geral, que está mudando”.

Dan lamentou a forma negativa como alguns encaram as brincadeiras feitas em cima dos problemas enfrentados pelo país. Ele exaltou o alcance que o humor pode ter ao levar a informação à casa das pessoas.

"O humor é inteligente. Saber ri de si é uma grande qualidade. Porém, está um “bode geral” no Brasil. As pessoas estão menos humoradas e mais radicais. Se fragilizam, ficam brabas rapidamente. Então, acho natural que ninguém goste. Na medida em que ninguém gostar, que todo mundo se sentir atacado, está tudo bem".

Dentre os papeis na dramaturgia, Dan Stulbach ganhou destaque nacional em 2003, com o personagem Marcos, na novela “Mulheres Apaixonadas”. Possessivo e extremamente ciumento, Marcos agredia sua esposa, Raquel, vivida pela atriz Helena Ranaldi. Com tanta implicância em cima da mídia, esse personagem seria mal interpretado hoje?

"Espero que não. Porque é arte, porque é cultura. Após essa novela foi feita uma lei de proteção à mulher, que deixavam as coisas um pouco menos injustas, com punição aos homens violentos. A lei partiu do sucesso e repercussão da novela. O que engrandeceu meu trabalho. Fiquei muito feliz. Muito legal ser reconhecido, mas mais legal ainda é mudar alguma coisa efetiva no país. As mulheres passaram a falar mais disso, porque antes era um tabu. Hoje em dia, o personagem teria mais patrulha, sem dúvida. Mas seria importante igual".

A legalização das drogas no Brasil também foi pauta da conversa com Potter, Kelly e David. Ponderado, o novo âncora do CQC se disse não preparado para a resposta: “Sinceramente, eu posso dar minha impressão pessoal, mas eu acho muito pouco a minha impressão pessoal, ou minha sensação perante alguns assuntos. Eu tenho que aprender mais, tenho que ler mais, me preparar mais”.

Há oito anos, Dan Stulbach apresenta, na Rádio CBN, os programas “Hora de Expediente” e “Fim de Expediente”. Além disso, o ator tem comandado eventualmente o programa “Saia Justa”, no canal GNT. A boa notícia para os ouvintes é que o contrato na CBN continua, e que apenas alguns detalhes o separam de renovar com o canal de televisão.


Fonte: Rádio Gaúcha

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