domingo, 31 de janeiro de 2010

Escracho e bom humor na Concha Acústica


Os carrascos dos políticos brasileiros do programa CQC Custe o Que Custar, da Band, Rafinha Bastos e Danilo Gentili, estão de volta a Salvador. Eles, que estiveram na cidade em maio passado, com apresentações independentes, na 1ª Mostra de Humor – Stand-Up Comedy, retornam para mais “uma hora e vinte minutos de boas risadas”, cronometra Rafinha.

Juntos pela primeira vez na capital baiana, eles dividirão o palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, no Campo Grande, neste sábado, 30, às 19 horas, com o espetáculo, em formato stand up comedy, Show de Humor.

No stand-up, os humoristas atuam de pé, diante da plateia, na companhia exclusiva do microfone – exceto desta vez, que será uma apresentação em dupla – do próprio texto e da capacidade de improviso. A ideia é explorar os aspectos mais inusitados do cotidiano das pessoas e os fatos que ganharam destaque nos principais meios de comunicação.

Mas, como a essência do espetáculo vem dos textos escritos pelos próprios humoristas e da improvisação, é muito difícil saber o que pode surgir nas apresentações, sempre diferentes.

“Eu preparei um acarajé”, afirma Danilo Gentili. Já o Rafinha: “Ixi.. ainda nem pensei no assunto, mas sei que vai ser bem legal”, despista.

B analização O fato da apresentação acontecer na Concha Acústica do TCA, local que suporta cerca de cinco mil pessoas – um espaço muito maior do que o de um teatro tradicional – não intimida os integrantes do CQC e, rapidamente, se torna alvo fácil de uma série de piadas infâmes. “A expectativa é boa. Porque se vai mais gente eu ganho mais dinheiro”, brincou Gentili.

O porto-alegrense radicado em São Paulo Rafinha Bastos iniciou na comédia em 1998, quando criou o site de vídeos satíricos Página do Rafinha. Mas a vida artística só começou mesmo em 2004. Antes, o ator e jornalista jogou basquete durante 15 anos, tempo em que morou nos Estados Unidos. Foi lá onde ele teve o primeiro contato com a arte da comédia de cara-limpa (stand up comedy).

No começo, ele encarou a chance como uma possibilidade de aliar os conhecimentos de ator aos de jornalista. Mas, atualmente, o artista, que sempre afirma utilizar o “microfone como uma arma”, pois usa-o na abordagem de assuntos polêmicos, diz que, na opinião dele, a rápida popularização do stand up nos últimos anos pode acarretar, também, uma rápida banalização do formato.

“Acho a popularização benéfica.O ruim é que alguém veja um show fraco e pense que o formato seja esse mesmo. Mas, com um maior número de comediantes, também dá a oportunidade de pessoas do País inteiro conhecerem pessoalmente esta arte”, explicou, com ar de preocupação.

Na preguiça Já Danilo Gentili, que constrói seus textos e apresentações em cima de críticas bem-humoradas do cotidiano de sua própria vida, subiu oficialmente no palco pela primeira vez em 2005. Além de humorista, ele é publicitário, escritor, cartunista.

Ele também criou e fundou o grupo paulista Comédia ao Vivo, além de sempre marcar presença em festivais e shows, como o Comédia Em Pé, no Rio de Janeiro, e o Risorama , mostra oficial de humor do Festival de Teatro de Curitiba.

Gentili não tem uma opinião muito diferente do companheiro de tevê e palco, Rafinha, quando o tema é popularização do formato utilizado por eles para fazer comédia.

“Acho que ela é ruim”, em um dos poucos momentos da entrevista, ele falou sério. “Ela permite que comediantes ruins como eu ganhem dinheiro na sua cidade (Salvador)”. E assim voltou ao estado normal.

No CQC, Rafinha divide a bancada com Marcelo Tas e Marco Luque e apresenta o quadro Proteste Já. Danilo é responsável pelo CQC no Congresso.

Questionados sobre as inspirações que a Bahia proporciona, eles são ágeis: “Nenhuma. Eu fico com preguiça de pensar em piadas quando penso na Bahia”, brinca Gentili.

Fonte: A Tarde

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