sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O quê, como e para quem?



Ética e Moral são dois termos que, quando discutidos, geram conflitos em relação aos seus respectivos significados. O problema é que muitos não sabem diferenciar e ética da moral, e muitas vezes isso se torna confuso.

Enquanto a ética representa o estudo das relações e conjuntos de normas do homem na sociedade, a moral apresenta um conjunto de valores ligados a diversas culturas e sociedades.

Difícil, porém não impossível a compreensão desses termos.

Digamos que no Brasil, é algo normal a realização de churrascos para diversos tipos de comemoração. Já na Índia, a carne da vaca é sagrada, portanto, por valores morais, lá o churrasco não passa nem pela cabeça dos cidadãos.

Olha só, já esbarramos na cidadania, e ela também apresenta sua importância nessa história toda, pois o homem deve apresentar o domínio dos valores éticos para resolver diversas situações de conflitos na sua rotina.

Será que é antiético você, sendo o patrão da empresa, demitir um funcionário simplesmente porque não vai com a cara dele?

É na área profissional que a ética mais gosta de aparecer, pois ela é fundamental nas relações de trabalho de diversas empresas. É fundamental também que, na política, a ética esteja responsável por estabelecer a qualidade e a honestidade dos governantes, garantindo que eles realizem seus serviços da melhor maneira possível para a sociedade.

Aí é que o problema aparece, no uso da moral e da ética.

Os valores morais podem, muitas vezes, sofrerem preconceito por parte de outras pessoas que vivem em culturas diferentes.

Os costumes de uma pessoa do interior são diferentes daquela que vive no ambiente urbano. E em muitos casos, os povos do interior têm suas manias criticadas pelas pessoas que vivem na cidade grande. A questão é que os valores morais estão deixando de ser respeitados, e isso ocorre justamente pelo motivo de ser pequeno o número de pessoas realmente compreendem o que significa a moral.

Mas e a ética, como utilizá-la?

Todo mundo adora dizer que é ético, que não fará algo porque isso é antiético, aquilo é errado, etc. Grande erro dizer isso. Basta acontecer a primeira mentira com alguém que você ama para que você esteja vivendo o dilema de contar ou não tudo o que sabe, mesmo sabendo que se não contar, estará agindo de forma errada, segundo a ética. Você acaba não contando (generalizando) por medo das consequências negativas da verdade, que prejudicarão você e à pessoa que ama.

Se a ética “estuda” o comportamento da sociedade, quem determina os valores a serem seguidos? A própria ética?

Tudo bem, pode até ser, mas quem aprova aquilo que a ética escolheu como valor é a própria sociedade. Temos então um sério problema, pois aquilo que foi definido como ético por nós mesmos, está sendo feito de forma errada. Somos então, grandes hipócritas?

Não. Somos apenas seres humanos buscando a excelência na convivência social. Porém esta é uma tarefa muito complicada, e que deve levar em conta diversos fatores que vão desde os psicológicos até os culturais.

O homem, na busca de saber aquilo que ele realmente é, acaba descobrindo que a resposta para as usas perguntas, está em tudo aquilo que ele criou.

A moral deve levar em conta o aspecto histórico, social, e cultural para poder então ser definida e aplicada. E ela pode mudar, sim, muitas vezes.

A ética, na constante busca pelo “estudo” da sociedade, sempre deixará dúvidas naquele que precisa utilizá-la. A pessoa sempre viverá o eterno conflito: “É bom pra mim. Mas e para os outros?” – E é nessa pergunta que as dúvidas surgem. Existem aqueles que procuram um meio termo, cometendo o erro, mas com o “menor prejuízo” possível.

Enfim, a moral e a ética são valores que não apresentam fácil compreensão, mas que cada ser humano, em sua essência sabe a maneira correta de utilizá-las, mesmo que instintivamente. Se ele coloca em prática ou não, isso é outra questão.

Eduardo Cunto

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