sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Violência gratuita


Uma das principais notícias dessa semana foi a agressão contra alguns jovens na Av. Paulista, em São Paulo.
O que mais surpreende é o fato de não haver um motivo evidente para tal agressão ter ocorrido. Mesmo que houvesse, nada justifica a violência.
Houve um questionamento a respeito do preconceito com os homossexuais, e aí, novamente a sociedade aparece com seu discurso hipócrita, dizendo que se os caras são gays ou deixam de ser, isso é problema deles. É claro que estou generalizando, mas muito cidadão adora fazer uma piadinha com alguém, questionando a sua sexualidade, e considerando uma possível diferença como algo que é motivo de piada, desrespeito.
Para tratar de assuntos delicados, devemos parar e pensar direito, analisando diversos pontos de vista, e também imaginar a situação a qual somos contrários, caso ela ocorresse com a gente.
Pra quem acompanhou a notícia na televisão, com certeza viu a mãe de um dos menores agressores toda chique e ajeitada, falando em defesa de seu filho - óbvio. Não sei vocês, mas no meu caso, não gostei de ver aquela cena, simplesmente porque ela me reforçou uma ideia. Aquela ideia de que ela, como parte integrante da elite, terá com certeza, as usas prioridades .. coisas que o dinheiro compra, e vocês sabem do que eu estou falando.
Mas e se essa situação ocorresse comigo e minha mãe, tendo certo poder aquisitivo, pudesse me libertar da acusação, será que eu acharia ruim? .. Poderia até achar errado, mas não abriria mão desse suposto benefício. Não estou defendendo a mulher nem seu filho - até porque sou contra eles, mas estou querendo mostrar que nós estamos acostumados à formar nossa opinião de acordo com o senso comum. Então se a sociedade - acredito que o termo certo seria mídia -determinou que aquilo é errado, todos vamos pensar assim e nos "revoltar". Mas, e aí.. e se fosse comigo? É isso que devemos pensar.
Os jovens que sofreram a agressão, levarão esse trauma pelo resto da vida. Já os agressores - cheios da grana e sem nada pra fazer - podem acabar muitas vezes, procurando outros meios de se divertir, que não sejam convencionais, como por exemplo, praticando a violência. Isso porque sabem que mamãe e papai têm dinheiro, e sempre passarão a mão na cabeça deles.
Essa ignorância, esse preconceito, tudo isso precisa acabar. A educação deve ter um reinício, e com uma boa dosagem de princípios éticos e de cidadania, além dos morais.

Eduardo Cunto.

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