terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sem polêmica, ‘CQC’ vira paz e amor

Depois da saída de Rafinha, silenciosamente o programa da Band vem passando por mudanças, semana a semana

O elenco original do 'CQC' já não é mesmo - Divulgação

Há pouco mais de um mês, o repórter do “CQC” Rafael Cortez publicou no site de um jornal paulista um mea-culpa sobre o dia em que levou um esporro de Maria Bethânia. No artigo, ele explicou como uma piada mal-elaborada fez com que ele ofendesse, sem querer, seu ídolo. Pedia desculpas públicas, num exercício de humildade nunca antes visto na história do humorístico. O texto logo caiu nas redes sociais.

O episódio é emblemático de uma mudança que, silenciosamente, o programa da Band vem passando semana a semana. Longe de polêmicas após o afastamento de Rafinha Bastos e a saída definitiva de Danilo Gentili, que agora se dedicará exclusivamente ao talk show “Agora É Tarde”, o “CQC” agora quer levantar – e manter no mastro, lá em cima – a bandeira branca. É a fase “paz e amor” do humorístico.
Não é de se estranhar, portanto, que Rafael Cortez tenha se transformado no principal rosto do “CQC” desde então. Remanescente da primeira formação, preza pela discrição e não acumula episódios públicos de brigas com celebridades. Houve ali só um desentendimento com Paulinho Vilhena, outro com a mulher dele, Thaila Ayala. O fato é que Cortez é mesmo o cara mais político do “staff” do programa. E no melhor sentido da palavra.

Um relato de um amigo prova essa tese. Era noite de “VMB”, a premiação anual da MTV. Cortez encontra Wanessa Camargo nos bastidores e resolve se dirigir a ela. A essa época, a polêmica sobre o comentário feito por Rafinha Bastos sobre ela na bancada do programa (“comia ela e o bebê”, o que gerou dois processos, um criminal e um civil) estava no auge. Cortez foi pedir desculpas pela frase infeliz, sem fazer alarde. Os outros colegas que se manifestaram sobre o episódio preferiram fazê-lo abertamente. Marcelo Tas, líder da bancada, falou sobre o episódio em entrevistas. Marco Luque divulgou uma nota repudiando o tom da brincadeira. Nos dois casos, questionou-se se não foram obrigados a fazê-los por pressão comercial. O humorístico é líder de faturamento da emissora. Luque ainda dividia uma campanha publicitária com Ronaldo, sócio de Marcus Buaiz, marido de Wanessa.

Segunda-feira passada, o “CQC” bateu de novo a maior audiência do ano. Sete pontos, 13% de participação entre os televisores ligados. Difícil saber se é efeito dessa nova cara do programa. Fato é que, sem a baixaria, volta-se ao riso. Quem ganha é quem assiste.

Matéria de Juliana Alencar

Fonte: Rede Bom Dia

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