terça-feira, 29 de novembro de 2011

Monica Iozzi: PEC da Cachaça e encontro com Dilma foram marcantes


A repórter do CQC Monica Iozzi, em entrevista ao Portal da Band, relembrou as reportagens dela em Brasília que mais a marcaram. Entram no seu “Top 5” a “PEC da Cachaça”, o seu encontro com Dilma Rousseff e a reportagem que mostrou que muitos parlamentares não sabem onde fica Pernambuco. Confira abaixo trechos da entrevista, na qual ela também fala sobre o carinho do seu público:

Qual foi a reportagem que depois que você gravou e pensou, nossa, que legal!

Teve uma matéria que eu fiz, a da frente da cachaça, acho que foi no ano passado. A gente escreveu uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] falsa que incluía a cachaça na cesta básica do brasileiro, e demos para os deputados assinarem. Apenas um deles não assinou.

Eu lembro que não acreditava no que tinha acontecido. Como cidadã, como expectadora mesmo. Eu me perguntava: meu Deus, como assim!

É absurdo o resultado da matéria. Você vê como eles assinam qualquer coisa. Em relação a esta matéria, eu fiquei muito orgulhosa porque ela retrata bem como são os nossos parlamentares.

E teve reportagens que tiveram um lado bom, que te surpreenderam pelo lado positivo?

Teve a matéria que eu fiz com a presidente Dilma. É uma coisa que eu achei que nunca iria acontecer, porque ela é uma pessoa mais fechada do que o presidente Lula. O máximo que eu tinha conseguido até então tinha sido mandar um presentinho de longe.

Mas aí um dia ela me chamou, ela [fala com ênfase] quebrou o protocolo. Isso eu achei muito legal. Ela fazia só uns três ou quatro meses que ela tinha assumido, então foi um contato mais para desejar boa sorte. Ela foi super receptiva, então esse contato com a Dilma me marcou, fiquei muito feliz.

Como é a abordagem sua na rua, em relação a estas matérias?

Como eu sou agora praticamente a única que faz política, com a saída da Danilo [Gentili], as pessoas me abordam muito na rua, sempre com alguma coisa para contar. Me falam muito sobre esta matéria e também daquela sobre a cassação da [deputada] Jaqueline Roriz. Muitas coisas do CQC as pessoas não esquecem.

Você se lembra de alguma reportagem que teve o efeito contrário? Uma daquelas que foram além do que você imaginava?

Eu me lembro de dois casos: um do controle de qualidade. Teve uma semana em que a gente estava falando de violência, parece que os índices proporcionalmente eram maiores em Pernambuco. Aí a gente pensou o básico: ah, será que eles sabem onde fica Pernambuco? Pegamos o mapa do Brasil e fomos lá.

Os caras falaram que Pernambuco era em Minas, no Amapá....foi absurdo. Foi além do que a gente imaginava.

As pessoas ficaram muito mais indignadas até do que a gente: ‘os caras nem sabem que Pernambuco fica na Região Nordeste, os caras que estão representando o Brasil!’.

Houve até um parlamentar que apontou para o meio do Amazonas e disse: é por aqui.

Outra reportagem que me deixou feliz foi sobre a Jaqueline Roriz. Quando a gente fez a matéria da absolvição, nós fomos os únicos a falar com ela. Mas eu achei que ninguém fosse dar muita bola, porque não era uma pessoa com projeção nacional, mas naquela semana foi uma loucura: foi enorme a quantidade de e-mails, de mensagens, de pessoas que me pararam na rua.

É engraçado porque as pessoas te agradecem sabe? As pessoas que me param na rua e falam: obrigada, era isso que eu queria falar. Às vezes eu me sinto muito representando o eleitor. Sei que não é isso, mas é o que tento fazer. Quando alguém me agradece na rua, é a melhor parte do meu trabalho.

Os fãs do CQC são muito carinhosos. A gente recebe muitos presentes. miniaturas, caricaturas, cartinhas, muito artesanato que fazem com a gente, com o nome do CQC. Eu já ganhei até flores.

Mais para o final da entrevista, Monica Iozzi se lembrou de outro momento marcante envolvendo o público do CQC:

Eu fui meio que incumbida de cobrir os presidenciáveis. Aí eu fui em um colégio de São Paulo cobrir o [José] Serra. A maioria das pessoas que iria votar lá era da terceira idade. As velhinhas ficaram enlouquecidas por mim. Sou a rainha das velhinhas, elas me adoram [risos].

Elas vinham me abraçar, perguntavam se eu estava comendo direito, me davam abraços, na hora de ir embora diziam: que Deus te abençoe, uma delas tinha bolo em casa e me trouxe. Naquele dia eu me senti ótima.

Fonte: Blog do CQC/band.com.br

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