sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PAN 2011: Brasil vence Cuba e ganha ouro no vôlei feminino

Seleção brasileira teve de suar, mas vingou derrota sofrida no Pan do Rio



Foi emocionante, sofrido, mas o Brasil se vingou da derrota para Cuba no vôlei feminino no Pan do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (20), as meninas brasileiras fizeram 3 sets a 2 e conquistaram o ouro que não vinha desde 1999.

A seleção cubana endureceu toda a partida e vendeu caro a derrota. Apenas o primeiro set foi fácil, com 25 a 15 para as brasileiras. As outras parciais foram 21-25, 25-21, 21-25 e 15-10.

Melhor levantadora, Dani Lins revela que acordou com um "iceberg na barriga": Atleta ganha premiação individual pela primeira vez desde que chegou à seleção

Apesar do título, o Brasil sai da disputa do vôlei feminino nos Jogos Pan-Americanos com apenas uma premiação individual, a de Dani Lins, eleita a melhor levantadora do torneio. Trata-se da primeira vez que a atleta consegue a honraria desde que assumiu o difícil posto de substituir nomes de peso como Fofão e Fernanda Venturini no time nacional.

Entretanto, não foi fácil. Após a vitória por 3 sets a 2 sobre Cuba, a jogadora confessou que já acordou nervosa nesta quinta-feira (20):

- Acordei hoje com um iceberg na barriga. Mas a experiência das meninas que já passaram por torneios como Olimpíada me tranquilizou bastante durante o jogo.

Dani apontou o bom passe das companheiras de time como responsável pela premiação ("Não fiz isso sozinha"), mas agora mira um merecido descanso:

- Ah, meu namorado Sidão (jogador da seleção masculina) está me esperando! (risos). Vamos comemorar, ir a uma churrascaria agora, pois terça estamos no batente de novo.

Técnico do Brasil, Zé Roberto comemorou bastante as atuações de Dani durante o Pan:

- Saio bem feliz pela Dani, porque ela passou por uma nova etapa e não comprometeu. Ainda teve uma oscilação junto com o todo o time, mas também se superou, voltou para o jogo, botou a cabeça no lugar e conseguiu fazer um quarto set bom e um tie-break melhor ainda.

Coração disparado

Dani Lins não foi a única a ficar tensa com o emocionante duelo em Guadalajara, confessa a central Thaísa:

- Nossa, a gente quase teve um troço ali dentro de quadra, pois sabíamos que elas colocavam a bola para cima e davam porrada, então iria ser difícil com certeza. Mas o importante é que ganhamos como um grupo.

Paula Pequeno concorda:

- Não sobrou voz, nervos... só alegria, energia e vontade de comemorar. Estou louca para voltar ao Brasil e abraçar meus familiares e amigos que estão comigo tanto nos momentos ruins como os bons.

De tão ligada, a líbero Fabi prometia ficar a noite inteira acordada:

- A única coisa que eu não vou me preocupar agora é em dormir.

Fabi guarda medalha de Jaqueline e quer encontro em aeroporto: Atleta ficou abalada após acidente que tirou compatriota do Pan do México

Líbero da seleção feminina de vôlei, Fabi fez questão de guardar a medalha de ouro de Jaqueline após a conquista do título nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Na estreia da competição, as duas se chocaram ao tentar salvar uma bola e a atacante foi cortada do Pan após ter constatado um trauma na coluna cervical.

- Não sei se eu vou conseguir entregar pessoalmente ou se eu vou mandar por alguém. Mas fica o convite para ela aparecer no aeroporto.

No pódio, Fabi fez questão de vestir a camisa de Jaqueline, além de escrever mensagens a outras atletas que não puderam estar no Pan. É o caso de Adenízia e Sassá, cortadas pelo técnico José Roberto Guimarães por opção técnica, além de Natália, que se recupera ainda de problemas na canela.

- Às vezes jogadoras que fazem parte deste time precisam ficar e fora. É até estranho não ver aqui uma pessoa como a Sassá, minha companheira de quarto durante nove anos. É muita gente e quem ganha com isso é o Zé. Não é só pela ausência técnica, mas pelas pessoas que elas são. O ambiente que a gente tem como grupo é muito bacana.

Mais velha do grupo nacional, Fabi também falou sobre toda a pressão sofrida até a conquista do primeiro lugar – no Pan de 2007, o Brasil perdeu a final em casa justamente para Cuba, em partida também encerrada por 3 sets a 2:

- As pessoas não têm ideia da pressão que foi aqui, do quanto é difícil de enfrentar os franco-atiradores. A torcida estava do lado de Cuba porque era o mais fraco contra o mais forte. Não é mole, segurar umas mulheres dessas dando porradas no saque. (...) É importante ver que nos momentos decisivos, onde as pessoas nos criticavam antigamente, a gente conseguiu resistir.

A seleção brasileira feminina de vôlei deixa Guadalajara já na manhã desta sexta (21), com destino a São Paulo.

Autora do último ponto, novata se emociona com a conquista do Pan: Tandara passou por dificuldades na vida até chegar à seleção, este ano

O ponto decisivo da conquista dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara não foi de Sheilla, Mari, Fabiana ou qualquer outra estrela do grupo campeão olímpico. Coube a uma novata, Tandara, a honra de fechar a disputa do vôlei feminino no México, vencida pelo Brasil por 3 sets a 2 em uma emocionante final contra Cuba.

Ao lado da central Juciely, Tandara é a jogadora mais nova do grupo campeão. Ela foi chamada pela primeia vez apenas este ano e já se firmou como reserva de Sheilla na posição de oposta. Após a conquista, a jogadora se emocionou ao lembrar as dificuldades que passou na carreira.

- Teve dia que meu pai tirou o dele para dar para mim e essa é a emoção que vem na minha mente. Se eu estou aqui, é graças a ele.

A atacante ainda contou que já vive intesamente a forte rivalidade com as cubanas:

- Eu até estava brincando com a Paula, quando ela estava no banco: "Tem três cubanas engasgadas". Mas já desceu.

Fonte: R7

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