segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tas põe na web um embrião de 'CQC', sufocado por 'Seu' Adolpho

Com meia hora de duração, Mundo no Ar era um quadro do programa Aventura, que Fernando Barbosa Lima criou para a TV Manchete em 1986. Tinha em sua equipe "apenas" Fernando Meirelles, Marcelo Tas e Toniko Mello, a turma da produtora Olhar Eletrônico, também criadora do lendário Repórter Ernesto Varela. E uma bancada com apresentador sério, encarnado por César Monteclaro, veterano profissional da extinta TV Tupi. Mundo no Ar era definido como um "telejornal ficcional" e tinha tudo para vir a ser um CQC, produto comercial mais bem-sucedido da Band hoje. Mas durou apenas um mês. Foi tirado do ar pelo dono da emissora, Adolpho Bloch, judeu para quem o nível de deboche do grupo era descabido - mesmo que ao fim de cada edição, Mundo avisasse: "Este programa não tem comprometimento com nenhuma das versões da realidade." "O seu Adolpho nunca tinha visto o quadro e começou a ouvir falar daquilo. No dia em que resolveu assistir, nosso tema era pena de morte", lembra Tas. "E, como se a pena de morte já tivesse sido aprovada, nós saíamos às ruas perguntando às pessoas como elas gostariam de morrer. No final, colocamos uma propaganda da Apple, em que as pessoas se dirigiam a uma câmara de gás... Naturalmente, era uma crítica, e aquilo era um comercial, mas o Seu Adolpho nem quis nos ouvir, mandou tirar do ar".

A precoce carreira do Mundo no Ar estará em breve toda na web, no canal de TV do âncora do CQC dentro do portal Terra, que, aliás, até o fim do ano, terá também o acervo completo de Ernesto Varela.

*Matéria de Cristina Padiglione

Fonte: Estadão.com.br

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