"Fui ridicularizado. Minhas respostas foram em tom de provocação", garantiu.
“Foi com provocação que respondi às perguntas. Estou muito chateado por ter minha imagem arranhada e ser injustiçado, principalmente pela imprensa local”. Foi com esta declaração que o deputado estadual Temóteo Correia desabafou sobre a saia justa que se encontra após suas respostas referentes à compra de votos ao programa humorístico CQC (Custe o Que Custar), da TV Bandeirantes.
Em rede nacional no programa que foi ao ar nesta segunda-feira (26), o parlamentar ganhou destaque, com direito ao título ‘o político do ano’. Entrevistado pelo repórter Ronaldo Rios, Correia chegou a dizer que ‘comprou voto’ e que isso era algo comum na região Nordeste do país.
Mas, à reportagem do CadaMinuto, o parlamentar afirmou que foi vítima da edição do programa, que o desfavoreceu. “Dei uma entrevista de cerca de 40 minutos e apenas 30 segundos foram ao ar. Fui ridicularizado, por ter respondido de forma provocativa os questionamentos que me foram feitos. Pergunta imbecil merece resposta imbecil”, desabafou Correia.
O deputado fez questão de mostrar insatisfação com a forma que a imprensa alagoana conduziu o assunto, citando manchete de jornais e até opiniões em alguns blogs. “Uma história totalmente sem relevância e que ganhou proporções maiores do que mereciam. O CQC dispensa comentários, pois é um programa de zombaria e deles poderia esperar esse tratamento. Mas não esperava o que a mídia alagoana fez comigo”.
A chegada do humorístico na Assembleia Legislativa não agradou alguns parlamentares, a exemplo de Olavo Calheiros que chegou a tentar agredir o repórter do CQC. “Eles não deviam nem ter entrado na Assembleia, mas como sempre têm acesso ao Congresso Nacional, em Brasília, isso foi permitido. Eu não fujo da maneira que eles mereciam”.
O deputado prometeu fazer um pronunciamento sobre o assunto na sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta quarta-feira (28).
Investigação do Ministério Público Federal
A entrevista de Temóteo Correia renderá ainda muita dor de cabeça para o deputado. É que após as declarações, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu entrar no caso e determinou a instauração de procedimento administrativo para apurar os fatos. A autoria do procedimento é do procurador regional eleitoral Rodrigo Tenório que encaminhou um ofício à Rede Bandeirantes de Televisão da gravação da entrevista.
Questionado sobre o assunto, Correia garantiu que está à disposição do órgão para qualquer esclarecimento, voltou a negar compra de votos e acredita que com a entrega da íntegra da entrevista vai conseguir esclarecer toda a história.
“São mais de 20 anos de política e não vou permitir que desabonem minha vida pública. Tenho uma postura de defesa de Alagoas, sempre buscando recursos para o crescimento do nosso estado. Nunca matei ninguém, nem desonrei. Não tenho inimigos. E tenho certeza que tudo será esclarecido”, finalizou.
Inquérito policial
O procurador Rodrigo Tenório solicitou da Polícia Federal informações sobre a existência de inquérito policial tratando do crime previsto no artigo 299 do Código Eleitoral (relativo à compra de voto), cujo investigado seja o parlamentar.
Legislação. O artigo 299, CE, estabelece como crime “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”. A pena prevista é de reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Fontes: Cadaminuto e Boa Informação
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